terça-feira, 29 de outubro de 2013

O despertar dos guarda-chuvas negros

         Escuto a música da rotina:
         ao invés de guitarra, trovão;
         a cama velha, uma buzina,
         conversas distantes, um avião.
 
         Minha respiração no contra-baixo.
 
         Tendo em vista que é eterna
         delimito-lhe o tempo:
         iniciou-se com uma sirene.
 
         A porta range.Garoa.Começo a tossir.
 
         Batizarei-a "O despertar 
         dos guarda-chuvas negros".
 
         Para entendê-la
         mantenho-me pedra:
         palavras e gestos de pedra.
 
         Terminá-la?
         Sim, com estilo.
 
         Minha dúvida espera a polícia,
         mas baterá o martelo
         caso outro avião
         aconteça.